AC TÓRTORO RECEBE EXEMPLAR DE “E A PALAVRA HABITOU EM MIM”

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Durante o grande sarau de lançamento da Quinta Antologia Ponto & Vírgula e da 16ª. Edição da Revista Ponto & Vírgula, dia 16 de agosto, a partir das 20h, no Hotel Nacional da Rua Duque de Caxias, 1313 – Centro – Rib.Preto, o escritor Antonio Carlos Tórtoro recebeu das mãos de Rita Mourão (acadêmica da ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras) um exemplar do seu livro de poemas : “ E a Palavra Habitou em Mim” .
AC Tórtoro fez o prólogo do livro — abaixo — que recebeu o prefácio da acadêmica da ARL, Ely Vieitez Lisboa, e comentários do acadêmico da ARL, Waldomiro Waldevino Peixoto.
TRENZINHO MINEIRO

“O trem que chega /É o mesmo trem da partida / A hora do encontro é também despedida / A plataforma dessa estação / É a vida desse meu lugar “.

Milton Nascimento

Análise literária eu deixo aos Mestres em Literatura: com a palavra, Ely Vieitez Lisboa.
Meu negócio é a Matemática.
Mas tenho o péssimo hábito de sonhar, viajar, num mundo em que tudo parece mostrar que poesia é coisa loucos, de Quixotes.
Por isso posso garantir que quem conhece a obra poética de Rita Mourão espera sempre pelo próximo livro como se espera um trem na estação: um encontro que já vem carregado de despedida.
Parado na estação, piuí- piuí, ouve o leitor o apito do próximo trem até a chegada da Cora Coralina de Piumhi.
O nome Piumhi se escreve com eme, e é pronunciado por muitos como se fosse “piuí”. A grafia, embora contrarie uma das normas da língua portuguesa foi oficializada por lei estadual. A explicação está na história do nome, de origem indígena : “pium” em tupi, que quer dizer mosquito e o sufixo “i” significa pequeno: é isso , as palavras, nos poemas de Rita, incomodam como pequenos mosquitos porque, vasculhando seus porões e desnudando-se, ela nos desnuda e vasculha nossos porões ao nos identificarmos com uma realidade vital que é universal.
A nossa escritora mineira, com raízes profundas fincadas no solo roxo de Ribeirão, é locomotiva de aço especial que começou a percorrer, tardiamente, os trilhos poéticos da vida como se corresse entre as estrelas, a voar no ar, no ar, no ar, qual o Trenzinho Caipira de Heitor Villa-Lobos.
Seus poemas são vagões carregados de sentimentos fortes, de lirismo, ousadia, coragem, sensualismo, sonhos, ilusões, sentimentos em tons variados, amor, vida, coragem, desafios, esperanças, vivências, experiências, sabedoria: sentimentos e sensações tão diferentes quanto são diferentes as pessoas que viajam num trem.
No início de E a Palavra Habitou em Mim, Rita esclarece que seus poemas ela os entrega “aos que se embebedam de luar, aos que fazem a palavra florir, chorar e cantar as alegrias, os pesares e as ilusões que escoram a alma”, ou seja, ela os entrega a todos os leitores que ainda conseguem ser meninos quando na plataforma de uma estação ferroviária.
“Lá vai o trem com o menino / Lá vai a vida a rodar / Lá vai ciranda e destino / Cidade e noite a girar / Lá vai o trem sem destino / Pro dia novo encontrar / Correndo vai pela terra / Vai pela serra / Vai pelo mar / Cantando pela serra do luar / Correndo entre as estrelas a voar / No ar no ar no ar no ar no ar…”
Assim como o trem ao deixar a estação, deixa um gosto de despedida, as palavras de Rita Mourão impregnam o subconsciente de tal forma que passam a habitar em nós por muito tempo como fonte que, como diz Ely em seu prólogo, permitirá a cada um garimpar com sua experiência e sabedoria, podendo achar gemas valiosíssimas. A garimpagem deverá ser sempre um ato pessoal e solitário.

COMENTÁRIO DA DRA VERA HANNA

Querido Amigo, maravilhoso prefácio! Você “coralinizou” a Rita de uma forma esplêndida. Mais uma vez, parabéns! Ela vai ficar muito feliz. Você usou metáforas lindíssimas e formou excelente alegoria.

Dra Vera Hanna.

ACADEMIAS, ARL- ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS, LITERATURA