AC TÓRTORO NO LANÇAMENTO DO LIVRO “VERSOS E REVERSOS DO AMOR” – DE WLAUMIR SOUZA

WLAUMIR-CONVITE

AC Tórtoro e sua esposa, a fotógrafa Lu Degobbi, participaram do lançamento do livro “Versos e reversos do amor” , de Wlaumir Souza, realizado no Shopping Iguatemi, na tarde do dia 9 de agosto de 2014.
Também prestigiaram o evento meus amigos Dr Luiz Vicente Ribeiro Corrêa e Prof. Luiz Carlos Moreno (Presidente da ARE- Academia Ribeirão-pretana de Educação).
Abaixo a apresentação do livro por Antonio Carlos Tórtoro.

DE LEMINSKI A WLAUMIR

Acabo de ler os versos de Wlaumir — no livro “Versos e reversos do amor” : meu ex-aluno no Colégio Santa Úrsula, agora um respeitado sociólogo, historiador, pedagogo e quarentão que resolveu brincar com palavras e sentimentos em forma de poesia.
Para Wlaumir ; “ Poetar (é) Compor / Dissimular / Transliterar./ O vivido em palavras / Os sonhos em versos / As aspirações em letras / As tristezas no re…verso /Poetar (é) Traduzir / Driblar / Confabular / Com palavras sonhar”.
E o faz muito bem.
Segundo Mário Quintana : “ um poema como um gole d’água bebido no escuro. / Como um pobre animal palpitando ferido. / Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta noturna./ Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de poema./ Triste. / Solitário. / Único. / Ferido de mortal beleza “ .
Por isso mesmo, se alguém procurar ler Wlaumir em busca de respostas, desista: ele só tem perguntas.
Como já foi dito sobre Leminski, posso afirmar — tomadas as devidas proporções — que Wlaumir, o neo-poeta ribeirãopretano, parece comprazer-se em mostrar um “a vontade” que não raro beira o improviso, dando um nó na cabeça dos mais conservadores.
No poema Viajantes é interessante e significativo o uso do sinal @ , em substituição à letra “a” : “Afortunad@ esperança./ Felizes alternativas novas. / A porta aberta do ciclo novo”.
Em Vi…ver, um incentivo à mudança no modo de se viver : “Abandones o modo de ser / Daquele que veio apenas para ver / Conduza a vida para além / E diga – Vim, vi e vivi!”.
Em Estavas lá, uma mensagem de união entre os homens : “ Venha / Tu comigo / Supera o egoísmo / Constrói o nós”.
Em Destino, um desabafo do poeta por ter um dom que pode ser visto como graça ou desgraça : “Deste-me o que ver / Não o que ter “.
Em Segredo, o silêncio grita: “ Silêncio… / Silêncio.
E em Silêncio, residem inconfessáveis dúvidas e segredos: “? / … / ! / ; /. “.
A denúncia de problemas sociais explode em Estufa: “ Queimadura abrandada / Efeito do lucro “ e em Caninha: “ Humano esgarçado / Humano talhado / Humano esbagaçado / Humano migrado.”
No poema Do que vês, uma terrível constatação depois da dúvida: “Qual o espólio que interessa? / A verdade que nos torna o que somos? / a vida como ela é: teatro de circuncisões?” , mas com um ponto final como certeza em Epitáfio: “. apenas no ódio e na desilusão”.
Wlaumir também trata do preconceito em Mudança : “ No primeiro dia de apartamento novo / saio na janela do quarto / olho pro chão / o que vejo? / Mulheres se amando / deliciosamente / se beijando / se acariciando / bons presságios / o amor existe / resiste / se reinventa / inventando-se / mais do mesmo / e do outro” e mostra esperança na mudança de comportamentos preconceituosos em Novo ano : “ “Desejo a todos os nós / O desejo de desejar! / A mesa farta, / De amigos! / A mente repleta, / De idéias – emancipadoras. / De libertar-se, / do capataz interno”.
Em O amor que não diz, o poeta pergunta “ Amar no século XXI – o que significa?”, e fala de um amor proibido “ Ao teu lado o silêncio / Foi presença ardente / Significado à existência / Melhor a presença com silêncio /
Ao silêncio com tua ausência. “ e em Partilha sugere aos indecisos : “ – Vá adiante! / – Siga o vento!”.
Enfim em Precisão Wlaumir se pergunta: “ E quando / Tudo está no lugar. / Exato / Simétrico / O que fazer / Com sentimentos / – Apenas teus/meus / Que não dizem nada / A ninguém” .
E eu respondo : transforme tudo em poemas, coloque no papel, escreva um livro, abra sua alma para o mundo tal qual Wlaumir nesse seu primeiro livro de poemas, que , espero, não seja o último.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ancartor@ Yahoo.com
www.tortoro.;com.br

Fotos de Lu Degobbi – Grupo Amigos da Fotografia

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